O evento contou com o secretário da Cidadania e com a pesquisadora Lázara Ribeiro de Lima, da Universidade Federal de Goiás
A violência contra a pessoa idosa foi o tema do programa Plenário Aberto, da TV Câmara, na terça-feira, 22, com a participação da psicóloga Lázara Ribeiro de Lima, doutora em Ciências da Saúde e pesquisadora da Universidade Federal de Goiás. Também participaram do programa: o secretário da Cidadania, Clayton Lustosa; a presidente do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, Renata Marins, que também é pesquisadora na área da saúde; a titular da Coordenadoria do Idoso, Janaína Diniz; e o diretor executivo da Escola do Legislativo, Jailson Batista, que fez a abertura do evento. A condução do programa foi do cerimonialista Paulo Marquez.
O Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência Contra a Pessoa Idosa foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2006 e é celebrado anualmente no dia 15 de junho, dentro das atividades do “Junho Violeta”, que dedica todo o mês ao tema. Segundo dados do Disque 100, somente no primeiro semestre de 2021, mais de 33 mil casos de violência contra idosos foram registrados no país. Os dados do Disque 100 foram destacados pelo secretário da Cidadania, que chamou a atenção para o aumento desse tipo de violência durante o idoso.
Tipos de violência – A pesquisadora Lázara Ribeiro de Lima discorreu sobre os determinantes da violência contra a pessoa idosa e os tipos de violência a que essas pessoas estão sujeitas, como a violência física, psicológica, sexual, financeira ou mesmo o abandono e até a autonegligência, quando o próprio idoso adota comportamentos que comprometem sua saúde. Também explicou outras formas de violência contra o idoso, como a medicamentosa e os abusos médicos, além da violência cultural e estrutural.
A pesquisadora alertou que dois terços dos agressores dos idosos são parentes próximos, como filhos, genros e noras, e que há uma forte associação dessa violência com o uso de drogas. “Cerca de 50% dos agressores têm problemas com bebidas alcoólicas numa proporção maior do que os não agressores”, acentuou Lázara Ribeiro. A relação de dependência entre pais e filhos também é um dos fatores e a presença de depressão ou outros fatores psiquiátricos também está associada aos casos de agressão. Laços afetivos frouxos e histórico de violência na família também são fatores que contribuem para a violência contra o idoso.
Dados anuais – A pesquisadora apresentou o relatório anual da violência contra o idoso, registrada pelo Disque 100, comparando os anos de 2019 e 2020 e mostrando que houve um aumento de um ano para o outro em praticamente todos os Estados. Ainda assim, segundo ela, tende a haver uma subnotificação dos casos de violência contra os idosos, que pode ser maior do que é na realidade. Por fim, Lázara Ribeiro Lima descreveu a rede de atendimento ao idoso, defendeu que o fluxo de encaminhamento seja bem definido, assim como a divulgação da rede.
“É preciso instituir uma cultura de bons tratos, que deve começar na família e na escola, com as crianças, até as universidades. Esse é um grande desafio”, afirma Lázara Ribeiro Lima. Por fim, a pesquisadora comentou a decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) que pretende classificar a velhice como doença, a partir de 2022, no Código Internacional de Doenças, lembrando que vários pesquisadores sobre o tema são contrários à medida.
Após a palestra da pesquisadora, os demais participantes do Plenário Aberto discutiram as políticas públicas para as pessoas idosas em Sorocaba. Janaína Diniz discorreu sobre o trabalho da coordenadoria, enquanto Renata Marins, que também é pesquisadora da área da saúde, falou do trabalho do Conselho Municipal de Saúde e da necessidade de se ter ações de prevenção da violência contra o idoso, com base no respeito.
Para tratar de assuntos relativos às pessoas idosas, os dados de contato são: Coordenadoria da Pessoa Idosa: telefone (15) 3212-6912 ou coordenadorias@sorocaba.gov.br); e Conselho Municipal da Pessoa Idosa: telefone (15) 99777-7034 e cmisorocaba@gmail.com.