Entrevista com Maria Lúcia Neiva de Lima, presidente da entidade de combate ao câncer infantil, foi ao ar nesta sexta-feira pela TV e Rádio Câmara.
Para celebrar os 38 anos de atividade do GPACI (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil), completados nesta sexta-feira (25), o Programa Câmara Saúde recebeu a presidente da entidade, Maria Lúcia Neiva de Lima, para falar sobre a trajetória e trabalho desenvolvido pela instituição que se tornou referência no tratamento do câncer infantil no país. A entrevista foi transmitida ao vivo pela Rádio e TV Câmara Sorocaba, além das mídias sociais do Legislativo.
Maria Lúcia contou que o GPACI foi fundado em 1983 por Maria Elizabete Nonato Cattani e um grupo de voluntários para dar assistência a famílias e pacientes oncológicos que não tinham condições de buscar tratamento em outra cidade. Em 1992, é inaugurado o hospital, momento em que a atual presidente inicia a atuação dentro da entidade.
Sobre o trabalho realizado pelo GPACI, Maria Lúcia explicou que são oferecidos todos os serviços necessários para atendimento e tratamento para pacientes e familiares, em busca da cura para o câncer infantil. "Temos hospital completo, onde são feitas cirurgias, quimioterapias, encaminhamentos para radioterapias, e tudo que é necessário para tratamento das neoplasias malignas o GPACI oferece", contou a presidente.
Maria Lúcia destacou que a entidade não se restringe ao atendimento hospitalar, tendo uma atuação ampla, que inclui farmácia, serviço de psicologia e assistência social, destacando ainda a importante atuação do voluntariado. "Dificilmente o GPACI se manteria sem esse trabalho", afirma, ressaltando que o hospital possui equipes de várias especialidades para suprir as necessidades dos pacientes e seus familiares, sendo oferecidas alimentação, cestas básicas e toda medicação prescrita. "Nenhum dos nosso pacientes precisa correr atrás de remédios, já sai com todos", disse.
Nos 38 anos do GPACI, Maria Lúcia lembrou que a entidade já enfrentou várias crises, e que foi necessário muito trabalho, e principalmente solidariedade, para superar os problemas. "Se não fosse ajuda da população, não teríamos conseguido superar essas crises", revelou.
A presidente contou que durante a pandemia os eventos beneficentes foram suspensos, mas o voluntariado continua ativo em atividades dentro do hospital. Ela destacou a atuação de professoras que realizam acompanhamento pedagógico para crianças que ficam afastadas da escola para tratamento, além do grupo que faz gorros e casaquinhos para crianças internadas. "Não temos ninguém que tenha se afastado, podem não estar presentes, mas continuam trabalhando. Contamos com a solidariedade da população e temos que agradecer muito, pois não fosse isso não estaríamos aqui há 38 anos".
Novidade - A presidente do GPAC informou que a entidade está prestes a inaugurar um setor de transplante de medula, resultado de doação. A unidade está aguardando liberação de órgãos oficias para entrar em atividade. "Vai ser um ganho muito grande para Sorocaba e região, e não apenas para os pacientes do GPACI", informa.
Além do entendimento oncológico, Maria Lúcia disse que a entidade mantém parceria com prefeitura de Sorocaba para ocorrências de urgência e emergência de crianças. além disso, tem reserva de leitos infantis para Covid-19, sendo que durante a pandemia alguns forma ocupados, mas com pacientes sem muita gravidade.
A presidente do GPACI disse que a entidade atende 48 municípios e que não existe outro hospital especializado em oncologia pediátrica na região. "Temos um trabalho, que será retomado após a pandemia, que é de diagnóstico precoce, pois muitas vezes as crianças chegam em estado avançado da doença e isso é prejudicial tanto para cura quanto pra tratamento", ressaltou.
Ela explicou que nessa atividade os médicos do GPACI fazem workshop nas cidades, que muitas nem possuem pediatra, para passar a visão maior sobre a doença e formas de acometimentos em crianças para todas as pessoas interessadas. "A região é bem carente e precisamos ir em busca do paciente, e é isso que o GPACI faz".
Ao final da entrevista, Maria Lúcia afirmou que considera o câncer uma pandemia não contagiosa, pois todas as vivenciaram ou conhecem alguém que enfrentou a doença. Ela disse que nos 38 anos do GPACI gostaria que o presente fosse a notícia da erradicação do câncer, "que tem uma vacina, que foi encontrada a cura, que muitas vezes é possível, mas ainda é uma situação grave", disse.
Para quem se interessa em contribuir com o GPACI, os canais de comunicação são pelo site oficial da entidade, no endereço www.gpaci.org.br, ou pelos telefone (15) 2102-6592 e (15) 99789-3908. A entidade também oferece serviço de motoristas para buscar doações. "Basta a pessoa ligar", explica Maria Lúcia Neiva de Lima.