Vereadores trataram do apelo de médicos e demais profissionais durante a sessão e a Prefeitura se comprometeu a resolver o problema
Os médicos que atuaram na UPH da Zona Oeste sob a gestão da empresa Diretrizes encaminharam à Câmara Municipal uma carta aberta à Secretaria Municipal de Saúde em que cobram o pagamento dos salários atrasados, referentes aos meses de abril e maio e aos primeiros nove dias de junho. Também não foi paga a rescisão do contrato de trabalho dos demais profissionais que atuaram na unidade, cujo contrato de gestão com a Diretrizes foi rescindido, em 9 de junho, com sua substituição por outra empresa, o Instituto Soleil.
Na carta aberta, que foi lida durante a sessão, os médicos contam que, no início de março de 2021, Sorocaba encontrava-se num momento crítico devido à pandemia de Covid-19 e vários pacientes aguardavam vaga de internação em leitos de UTI, o que levou a Prefeitura de Sorocaba a transformar a UPH da Zona Oeste num Centro de Estabilização, focado no atendimento aos pacientes com suspeita de Covid-19. Os profissionais entendem que a mudança de gestão da unidade foi feita de “forma atabalhoada, sem qualquer planejamento, deixando seus funcionários totalmente perdidos”.
Os médicos afirmam que Sorocaba ainda se encontra numa fase “extremamente preocupante da pandemia, batendo recordes de novos casos de Covid-19 confirmados e com vários pacientes morrendo em unidades de saúde sem conseguir internação em leitos de unidades de terapia intensiva” e, diante desse quadro, não pode se dar ao luxo de perder médicos, que já estão deixando de trabalhar na cidade, com receio de não receberem seus pagamentos”. Os médicos afirmam confiar na sensibilidade do prefeito e do secretário de Saúde para resolverem a situação com urgência.
Após a leitura, na íntegra da carta dos médicos, vários vereadores, começando pelo presidente da Casa, Cláudio Sorocaba (PL), reforçaram a necessidade de pagar, com urgência os salários atrasados dos médicos e demais profissionais de saúde. O presidente do Legislativo enfatizou que os profissionais de saúde e a população não podem pagar pelos erros da empresa que administrava a Zona Oeste e também cobrou a implantação de mais ambulâncias para fazer a transferência de pacientes, assim como outros vereadores. Também trataram do assunto Luis Santos (Republicanos), Fábio Simoa (Republicanos), Vitão do Cachorrão (Republicanos), Fernanda Garcia (PSOL), Fausto Peres (Podemos) e Dr. Hélio Brasileiro (PSDB).
A pedido do presidente da Casa, o vereador João Donizeti Silvestre (PSDB), líder do governo, consultou o secretário de Saúde, Vinicius Rodrigues, por telefone, para obter informações sobre o assunto. Segundo o secretário informou ao vereador, a Diretrizes deixou de pagar os salários de abril e maio dos 33 médicos que atuavam na UPH da Zona Oeste e não pagou a rescisão do contrato de trabalho dos demais profissionais. “A Diretrizes mandou a nota para a Prefeitura, na terça-feira passada, em relação a esses pagamentos atrasados e a Secretaria de Saúde passou a documentação para a Secretaria de Assuntos Jurídicos, que dará um parecer até amanhã autorizando o pagamento. A partir disso, a Prefeitura fará o pagamento dos salários atrasados dos médicos e da rescisão dos demais trabalhadores, descontando o que for gasto nesse acerto do montante que deve à Diretrizes na rescisão do contrato”, disse João Donizeti, observando que a nova empresa, o Instituto Soleil, absorveu parte dos funcionários que trabalhavam na Diretrizes.