26/07/2021 08h12
Facebook

O evento abordou o tema: “Mulheres pretas e seus saberes periféricos, acadêmicos, políticos e artísticos”

Instituído pelo presidente da Casa, vereador Cláudio Sorocaba (PL), com o apoio da mesa diretora e demais vereadores, com o objetivo de abrir espaço para os conselhos municipais e as coordenadorias, o Plenário Aberto, realizado pela Escola do Legislativo, promoveu uma roda de conversa em comemoração ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em Sorocaba por força de lei da vereadora Fernanda Garcia (PSOL), na mesma data, 25 de julho, em que se comemora nacionalmente o Dia de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. O evento, realizado virtualmente na quarta-feira, 21, e transmitido pela TV Câmara, contou com diversas mulheres militantes e pesquisadoras debatendo o tema: “Mulheres pretas e seus saberes periféricos, acadêmicos, políticos e artísticos”.

Participaram do evento: a titular da Coordenadoria de Igualdade Racial da Secretaria da Cidadania, Viviane Taveira; a feminista negra, comunicadora e idealizadora do projeto Enegrecendo, Maria Teresa Ferreira; a coordenadora do Movimento Negro Unificado (MNU) em Sorocaba, Lourdes Lieje, que integra o Conselho Municipal da Comunidade Negra; Marilda Correia, membro do conselho e do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira (Nucab) da Universidade de Sorocaba (Uniso); Gleice Bárbara Marciano, também membro do Nucab e da ONG Brasil Soka Gakkai Internacional; Aretha Felício, gestora de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Educação; a professora Ana Laura de Almeida e a professora Joyce Dias, diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental de Perus,  em São Paulo, e mestra em Linguística Aplicada (PUC São Paulo).

Viviane Teixeira, coordenadora da Igualdade Racial, ressaltou que a data é muito importante por simbolizar a luta e a resistência das mulheres pretas ao longo da história. A conselheira Marilda Correia enfatizou a importância das políticas públicas para consolidar essa luta do movimento. Lourdes Lieje destacou a importância da representatividade da mulher negra nos espaços de empoderamento feminino e observou que preciso implementar as leis e políticas públicas já existentes, além de discorrer sobre a ancestralidade. Gleice Marciano contou que sua família foi a primeira a ter um salão de beleza afro e falou de seu trabalho sobre a negritude nas entidades em que atua. Maria Tereza Ferreira disse que é preciso questionar os que colocaram o negro no lugar de subalternidade, enfatizando que é preciso “enegrecer os nossos conhecimentos”.

Saberes múltiplos – A professora Joyce Dias, que tem mestrado em Linguística Aplicada e é diretora de escola na capital paulista, participou do programa diretamente do metrô de São Paulo, uma vez que estava voltando do trabalho e não teve tempo de chegar em casa. Ela discorreu sobre os saberes múltiplos das mulheres negras e construção da identidade dessas mulheres, observando que as identidades são construídas por quem tem o poder político. “A identidade da mulher branca foi construída como uma mulher sensível, enquanto a mulher negra foi vista como mais resistente”, observando que isso resulta na maior violência sofrida pelas mulheres negras, que, ainda enfrentam preconceito racial. “Para que isso, mude, precisamos mostrar os nossos saberes e mostrar quem somos”, afirma.

A professora Ana Laura de Almeida também falou de sua atuação como professora, inclusive em espaços de liderança nas escolas, enfrentando o preconceito e ressaltando a alegria que sente em ser a “Tia Ana” para as crianças, ressaltando que, na educação, a cultura afro-brasileira pode ser posta em prática como referência para as crianças, no que foi corroborada por Aretha Felício, gestora na Secretaria da Educação. No programa conduzido pelo mestre de cerimônias Paulo Marquez e o diretor da Escola do Legislativo, Anderson Santos, as participantes também discorreram sobre as leis e políticas públicas relativas ao tema, especialmente a implementação da cultura afro-brasileira nas escolas.

A terceira roda de conversas da Semana da Mulher Negra, Latina e Caribenha, realizada no Plenário Aberto, da Escola do Legislativo, já está disponível no portal da Câmara Municipal e nas redes sociais da Casa.