O “sentir” na fase do envelhecimento foi o tema do Plenário Educação celebrando o Dia dos Avós

Com o objetivo discutir os sentimentos do indivíduo motivados pelo envelhecimento, além de abordar políticas públicas destinadas à pessoa idosa, o programa Plenário Aberto da Escola do Legislativo, transmitido pela TV Câmara e dedicado ao “Dia dos Avós”, comemorado anualmente em 26 de julho, reuniu especialistas no assunto, virtualmente, na quarta-feira, 28, entre eles, a educadora Maria Amália Forte Banzato, especialista em Psicologia Social, que discorreu sobre o tema.

O Plenário Aberto também contou com os seguintes participantes: o secretário da Cidadania, Clayton Lustosa; Janaína Diniz, titular da Coordenadoria do Idoso; Sérgio Marcos de Oliveira, do Conselho Municipal da Pessoa Idosa; Sérgio Marcelo Soler Sauer, coordenador do Clube do Idoso. O programa foi conduzido pelo diretor geral da Escola do Legislativo, Anderson Santos, juntamente com o cerimonialista Paulo Marquêz.

Papel das emoções – “Envelhecer depende do nosso olhar, do momento em que a gente está vivendo”, afirma Maria Amália Banzato, observando que, no passado, conforme dados da própria Organização Mundial de Saúde (OMS), aos 70 anos um indivíduo já se sentia à espera da morte, enquanto hoje, com o aumento da longevidade, muitas pessoas aos 70 anos estão começando novos projetos, até entrando na faculdade, e muitos alcançam os 90 anos. Ressaltou, no entanto, que, “para chegar nessa idade de forma saudável, é preciso começar a cultivar uma série de cuidados físicos, mentais e emocionais mais cedo”.

Afirmando que “sentimentos e emoções são os grandes orientadores da vida, que conduzem, ainda que inconscientemente, a ação dos indivíduos”, Maria Amália Banzato disse que, com a idade, as pessoas deixam de ser tão dependentes do olhar externo e essa é uma oportunidade para o idoso olhar para dentro de si mesmo e cultivar suas emoções. Disse ainda que é preciso evitar a dualidade, a dicotomia, que divide o mundo em “belo” e “feio”, “bom ou ruim”, “triste ou alegre” etc., integrando essas dualidades: “Em vez de viver no ‘ou’ que nos separa e fragmenta, precisamos no ‘e’, que nos integra – ou sou corajosa e medrosa; a vida tem desafios e oportunidades” – explica, afirmando que essa integração da dualidade fortalece o indivíduo.

A educadora também falou a variação do processo de envelhecimento entre os indivíduos e disse que o corpo vai dando sinais de envelhecimento e que não se fica frágil de uma vez sob todos os aspectos, físico, cognitivo, social, e é importante ver quais são os pontos frágeis para trabalhá-los. Maria Amália Amato também discorreu sobre a necessidade de se preparar para a aposentadoria, fazendo com que essa fase da vida seja um momento de realizar novos projetos, inclusive projetos que não puderam ser realizados ontem.

Políticas públicas – A coordenadora do Idoso, Janaína Diniz, destacou algumas ações da coordenadoria, como a roda de bate-papo virtual entre os idosos, abordando a relação dos idosos com as novas mídias, que continuará pelo próprio semestre, e um programa que irá atender idosos com demência, em parceria com a Unifesp e uma universidade estadunidense, já com 40 idosos cadastrados. Por sua vez, Sérgio Marcelo Soler Sauer, coordenador do Clube do Idoso, apresentou as atividades desenvolvidas pelo clube e a chácara, que retomará suas atividades em 2 de agosto próximo, de acordo com os protocolos da pandemia, oferecendo atividades como dança, forró, alongamento, roda de conversa, entre outros, além de contar com um terapeuta e um assistente social.

Sérgio Marcos de Oliveira, do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, destacou o papel do conselho, observou que o idoso, quando se aposenta, tende a se sentir inferiorizado pelo fato de ser considerado improdutivo pela sociedade, o que pode levá-lo a se ver como um “peso morto”. Para ele, é importante o idoso participar do convívio social, praticar esportes e desenvolver outras atividades, como jogar xadrez, jogar dama, conversar com outras pessoas, evitando a solidão. Também exortou os filhos a cuidarem dos pais e não exigir que os avós cuidem dos netos e não tenham tempo para si, para conviver com outros idosos.

Outro tema abordado durante o plenário aberto foi a condição social dos idosos de baixa renda, que, devido aos baixos valores de sua aposentadoria, acabam sendo obrigados a retornar ao mercado de trabalho, fazendo bicos, muitos deles representando o sustento da família. Sérgio Marcos observou que o empréstimo consignado é um exemplo de recurso do idoso que acaba sendo utilizado por seus filhos, com isso, o idoso perde até 40% de sua aposentadoria e, muitas vezes, ainda é agredido fisicamente pelos filhos. Corroborando o que disse o conselheiro, disse que o idoso fica também sujeito à violência emocional nessa situação de vulnerabilidade.

O Plenário Aberto, transmitido pela TV Câmara, é uma iniciativa do presidente da Câmara de Sorocaba, vereador Claudio Sorocaba (PL), que abre espaço para que os conselhos e as coordenadorias municipais, via Escola do Legislativo, possam utilizar a estrutura da Casa de Leis para reuniões abertas semanais, com transmissão pela TV e redes sociais da Câmara de Sorocaba, ficando disponível para ser visto na íntegra por qualquer pessoa interessada.

Dados de contato do Clube do Idoso: (15) 3233-9592 – Email: ssauer@sorocaba.sp.gov.br

Dados de contato do Conselho Municipal do Idoso: 99789-6308 (provisoriamente) – Email: cmisorocaba@hotmail.com