30/08/2021 13h02
atualizado em: 30/08/2021 13h09
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O presidente da empresa, Nelson Cancellara, disse que o parque é um centro de conhecimento e pesquisa que já produziu quatro patentes

Com um custeio geral anual de R$ 5 milhões por ano, a Empresa Parque Tecnológico de Sorocaba abriu a terceira etapa da audiência pública, presidida pelo vereador Cristiano Passos (Republicanos), que está discutindo o Plano Plurianual 2022-2025, na manhã desta segunda-feira, 30. A instalação de empresas inovadoras, o desenvolvimento do conceito de “Tríplice Hélice” (empresas, poder público e instituições de ensino superior), a criação do sistema de Smart Park (Parque Inteligente) e a realização de estudo de viabilidade para a construção de um “Nano Satélite” para Sorocaba estão entre as ações previstas pelo Parque Tecnológico no PPA.

Abrindo os questionamentos, a vereadora Iara Bernardi afirmou que, quando se discute o Plano Diretor, só se fala em mobilidade, pensando-se, por exemplo, no trânsito, mas pouco se discute sustentabilidade e a questão hídrica. A vereadora também indagou sobre o apoio que o parque oferece às startups e a outras ideias inovadoras. Nelson Cancellara disse que a proposta do Parque Tecnológico é contribuir para a instalação 15 startups por ano, a um custo de R$ 85 mil cada uma. Ainda respondendo a questionamentos da vereadora, informou que o Parque Tecnológico já colheu 172 ideias, das quais foram oferecidas mentoria para 88 ideias. Também informou que o parque conta com espaços reservados para a instalação da Unesp e da Fatec.

“Tríplice Hélice” – O vereador João Donizeti Silvestre (PSDB) solicitou ao secretário que explanasse sobre os projetos relativos à Indústria 4.0 e indagou sobre as parcerias com as universidades, especialmente as universidades públicas, dentro do conceito de “Tríplice Hélice”. Observando que, historicamente, o planejamento da cidade tem sido ditado pelos grupos econômicos, o vereador defendeu que, no planejamento da cidade, a exemplo da revisão do Plano Diretor, sejam aproveitados os técnicos de alto nível do setor acadêmico, que atuam em instituições universitárias e de pesquisa de Sorocaba e região, e que poderiam qualificar esse trabalho, focando no futuro da cidade e não apenas nas demandas do dia.

Para Nelson Cancellara, a parceria com as instituições de pesquisa é vital, mas, no seu entender, a cidade ainda não percebeu a importância do Parque Tecnológico de Sorocaba, uma vez que, no seu entender, não houve uma comunicação estratégica eficaz sobre o seu papel. Para atestar a importância do parque, contou que já passaram pelo Parque, nesses nove anos, 228 startups. “Só nesse ano, localizamos 172 startups. Em 2019, elas faturaram mais de R$ 210 milhões; só de impostos, isso significa cerca de R$ 11 milhões. Cada real investido no parque significa dois reais de retorno para o município e mais de 65 mil pessoas já foram impactadas”, afirmou. Também contou que o parque já desenvolveu 27 aplicativos.

Segundo Nelson Cancellara, 14 empresas estão instaladas no Parque Tecnológico e há a previsão de instalação de mais seis empresas na área externa do parque, das quais duas já estão com contrato assinado e estão iniciando o projeto de instalação. “Se todas elas se instalarem, serão mais de mil empregos”, afirma o presidente do Parque Tecnológico, destacando que o parque também conta com cinco laboratórios das seguintes instituições: Facens, USP, Unesp, PUC e Atom, além da sede regional do Ministério da Agricultura.

Construção de satélite – Outra meta do Parque Tecnológico – também objeto de indagações do vereador Fábio Simoa (Republicanos) – é a construção de um nanossatélite (pequeno satélite de até seis quilos) para atender Sorocaba, que iria contribuir para a resolução de problemas como densidade populacional, questões hídricas, entre outras. Segundo Cancellara, ainda não há ideia de recursos para construção do nanossatétlite, mas, de acordo com levantamentos, o custo de produção do equipamento seria de R$ 250 mil mais R$ 400 mil para o lançamento. Para alcançar esse objetivo, o presidente do parque contou que estão sendo realizadas conversas com instituições como o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Também respondendo a indagações de Fábio Simoa, Nelson Cancellara explicou que a construção da Maquete “Sorocaba 2050”, conceituada como “a cidade que queremos em 30 anos”, já está sendo desenvolvida virtualmente pelo próprio Parque Tecnológico e, futuramente, a parte física da maquete será desenvolvida em parceria com os cursos de Engenharia e Arquitetura das universidades. O presidente do parque também falou sobre o intercâmbio internacional de alunos com outras instituições, em torno de dois ou três estudantes, em áreas específicas.

O vereador Luis Santos (Republicanos) falou de sua experiência no Parque Tecnológico de São José dos Campos e defendeu o que chama de “tecnologia social”, para que os benefícios do conhecimento cheguem aos que mais precisam. O vereador também defendeu o desenvolvimento de motores elétricos automotivos, que, no seu entender, é plenamente viável de serem desenvolvidos no Parque Tecnológico. Luis Santos também afirmou que é necessário levar o parque para toda a região. Cancellara disse que está tentando trazer uma empresa que desenvolve motores para bicicletas e motocicletas e discorreu sobre cursos de economia criativa e sobre a criação de uma cadeira de rodas elétrica de baixo custo, entre outras ações de cunho social.