A terceira edição da Trienal de Artes do Sesc foi o tema do programa Manhã Câmara, da Rádio Câmara
Primeiro setor a paralisar suas atividades presenciais com a eclosão da pandemia de coronavírus, a cultura está retomando aos poucos seus eventos com a presença de público, além de eventos virtuais. Um desses eventos é o “Frestas”, Trienal de Artes do Sesc Sorocaba, que reúne 53 artistas e coletivos de diferentes nacionalidades. Esse foi o tema do programa Manhã Cultura, da Rádio Câmara, conduzido por Priscilla Radighieri e Marcelo Araújo, nesta sexta-feira, 3, com a participação de Kátia Pensa Barelli, gerente adjunta do Sesc Sorocaba, e de Ella Vieira, artista que participa do festival.
Com o título “O Rio é uma Serpente”, o Frestas chega à sua terceira edição (a primeira foi em 2014 e a segunda em 2017), um trabalho que começou no ano passado, mas devido à pandemia, foi inaugurada no dia 21 de agosto deste ano. Além de atividades que foram realizadas em escolas desde o ano passado, segundo explicou Kátia Pensa, a exposição está aberta no Sesc Sorocaba, de terça a domingo, com os interessados devendo fazer o agendamento prévio da visita, devido às medidas de higiene e distanciamento motivadas pela pandemia.
Durante a exposição, como também aconteceu nas edições anteriores, o estacionamento do Sesc Sorocaba, na Rua Barão de Piratininga, 555, no Jardim Faculdade, é transformado em galeria de arte, com a exposição de obras dos artistas que participam do evento. Nesta mostra em Sorocaba, além de artistas brasileiros, participam artistas de países como África do Sul, Bolívia, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, Holanda, México, Peru, República Dominicana e Suíça, com obras nos mais diferentes suportes, como pinturas, instalações e performances.
Relações de poder – Atuando na gestão do Maloca Centro Cultural e na fundação da Feira do Beco, Ella Vieira representa Sorocaba nessa edição de "Frestas" e discorreu sobre seu trabalho artístico, que, no festival, discute a relação da cidade com o Rio Supiriri, que foi soterrado pela cidade. “Meu trabalho artístico pesquisa a violência e as relações de poder. É importante olhar para a cidade, a cenografia dada, e ver qual o impacto psicológico nos corpos e nas pessoas transeuntes, como a cidade se relaciona a sociedade e como a sociedade se relaciona com a cidade, evidenciando as práticas subjetivas de poder. Perambular pela cidade é um olhar político, subjetivo e ético”, afirma Ella Vieira, explicando que seu conceito de “corpo” vai além do corpo vivo das pessoas e abrange também os objetos.
Atividades do Sesc – Kátia Pensa explicou que o Sesc, desde agosto do ano passado, retomou algumas de suas atividades, como as atividades físico-esportivas e empréstimos de livros na biblioteca, entre outras, todas com as devidas medidas de segurança, e manteve serviços essenciais, como o atendimento odontológico e a o Programa Mesa Brasil, que há mais de duas décadas arrecada alimentos em supermercados e outros comércios e os distribui para entidades assistenciais. “Também iniciamos uma campanha, a ‘Ação Urgente contra a Fome’, coletando alimentos para famílias necessitadas”, conta a gerente adjunta do Sesc.
Por fim, Kátia Pensa enfatizou que, com a pandemia, o Sesc teve que se reinventar e passou a investir em eventos virtuais, como palestras, exposições de arte, eventos musicais e teatrais, atividades socioeducativas, entre outras. O Sesc Sorocaba pode ser encontrado nas redes sociais e no portal oficial do Sesc São Paulo (www.sescsp.org.br), onde também pode ser feito o agendamento gratuito para o “Frestas: Trienal de Artes” no endereço www.sescsp.org.br/frestas. O festival também está expondo obras em outros espaços, como o Parque da Biquinha e a Rodoviária e, segundo Kátia Pensa, a proposta é dialogar cada vez mais com a cidade.