20/09/2021 14h22
atualizado em: 20/09/2021 14h29
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Caíque de Oliveira, doutorando em Educação na UFSCar, foi o convidado da atração exibida na manhã desta segunda-feira (20) pela TV Câmara.

O programa Jovens Criativos, iniciativa do Lab.Leg (Laboratório de Inovação) da Câmara Municipal, recebeu, na manhã desta segunda-feira (20), o pesquisador Caíque de Oliveira, doutorando em Educação UFSCar (Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba), para falar sobre o percurso acadêmico realizado do ensino fundamental até o programa de doutorado na universidade. O convidado foi entrevistado pelo apresentador Fábio Mascarenhas, secretário de Comunicação do Legislativo.

Mestre em educação, graduado em Engenharia de Produção e atuante em grupos de estudos desde 2014, em temáticas sobre instituições escolares e políticas educacionais, Caíque também desenvolve um projeto sobre o campo de estudos de juventude no Brasil e suas interfaces coma  educação e o trabalho, além de organizar projetos com temáticas de juventude, trabalho, gênero e escola. No programa, ele contou sobre como teve início a atuação em pesquisas e o envolvimento com a educação.

O pesquisador, que é sorocabano, explicou que cursou o ensino fundamental em escolas públicas e que no ensino médio vivenciou o momento de otimismo no Brasil, com fortes políticas públicas de educação. "Fui concebendo meu projeto de futuro naquele contexto", lembrou. Caíque disse que não ingressou na sequência em uma graduação e optou por trabalhar durante um período para tentar escolher que carreira seguir. E por influência de amigos, optou por engenharia. "Entrei no ensino superior e logo nos primeiros anos comecei a ter certa facilidade com cálculo e, assim, fui trabalhar na rede pública, como professor eventual" disse. Segundo ele, foi uma experiência que o possibilitou a ampliar a visão de atuação.

Caíque contou que atuar como professor ainda muito jovem despertou certa desconfiança em outros educadores e pais de alunos, mas que contou com o respaldo das instituições onde atuou para desempenhar seu trabalho. "Eu tive uma coisa que muito forte que é energia em sala de aula, a preocupação de estar para o aluno. Isso gerava uma identificação com os estudantes que me viam como figura muito próxima do que eram", ressaltou.

Em seguida, Caíque disse que entrou em um programa de iniciação cientifica na universidade o que proporcionou assistir aulas no mestrado e doutorado, estimulando seu interesse pela pesquisa. "Inserir o jovem na universidade é muito importante, pois essa convivência com outras possibilidade de pensar o mundo, a educação, a sociedade, a história, me propiciou pensar outras possibilidades para além da engenharia", disse, relacionando a oportunidade o caminho seguido na área da educação.

Sobre o mestrado na UFSCar, contou que teve inicio ainda na graduação, com a iniciação científca sobre o tema com o qual deu sequência nos estudos, que era estudar os jovens que estão nos institutos federais, sobre o processo de inserção, experiências e pensamentos sobre o futuro, onde percebeu que a questão de gênero era importante. Segundo caíque, os meninos geralmente optavam por uma carreira técnica, enquanto meninas pensavam de forma mais abrangente, como medicina e graduações em licenciaturas. "Meu projeto de mestrado foi por esse caminho e foi um desafio pois eu era um jovem estudando o jovem", disse.

Atualmente cursando doutorado também na UFSCar, Caíque tem pesquisado sobre o trabalho de entregadores em bicicleta, os chamados bike boys. "É um trabalho que cresceu muito desde 2015 com a chegada de aplicativos no Brasil e recentemente, com a pandemia, foram os responsáveis por ajudar as pessoas ficar em casa", comentou. Ele explicou que busca estudar essas pessoas e pensar como eles significam o trabalho, sendo majoritariamente voltado a jovens, homens e negros, que saem da periferia para atuar no centro da cidade. "Muitos sequer conseguiram terminar o ensino médio e trabalham cerca de 10, 12 horas por dia. É uma longa jornada diaria, com remuneração por produtividade e não é por hora. Possui muitas questões às quais é possível olhar para entender o mundo do trabalho hoje", afirma.

Caíque também explicou sobre o que são, como funcionam e como participar de grupos de estudos das universidades, e falou também sobre o projeto que desenvolve em relação aos estudos de juventude no Brasil, buscando reunir a produção acadêmica de 2007 a 2017, em várias temáticas, envolvendo de artigos a teses. "Vamos construir um site para deixar disponível toda essa produção", afirmou. O Programa Jovens Criativos está disponível, na integra, nas redes sociais do Legislativo e na grade de programação da TV Câmara.