Vereador Cristiano Passos (Republicanos) e o artista Paulo Galindo falam sobre a nova legislação e o trabalho dos artistas de rua
Cultura popular e a permissão de apresentações de artistas de rua em espaços públicos de Sorocaba foram temas abordados pelo programa Manhã Câmara, da Rádio Câmara, desta sexta-feira, 8, sob o comando de Priscilla Radighieri e Marcelo Araújo. O programa contou com a participação do vereador Cristiano Passos (Republicanos) e do artista Paulo Galindo, o Palhaço Fusquinha.
Passos é autor da Lei 12.384, de 1º de outubro de 2021, publicada no Jornal do Município, na última segunda-feira, 4, que permite manifestações culturais de artistas nos espaços da infraestrutura dos serviços públicos de mobilidade urbana, tais como, praças públicas, estacionamentos; terminais e pontos para embarque e desembarque de passageiros.
O produtor de eventos culturais e malabarista Paulo Galindo, é mais conhecido por interpretar o palhaço “Fusquinha Porta Aberta”. “A minha linguagem sempre foi a da rua, dos espaços abertos, direto ao público. Fiz muito pouco televisão, teatro e lona de circo. Gosto sempre de lembrar que a arte vem sempre antes do local que a denomina. O teatro nasceu antes do teatro físico, o circo muito antes da lona. O malabarismo, o primeiro registro é de quatro mil anos atrás”, destacou o convidado.
Durante o programa, o vereador falou sobre o nascimento da iniciativa que acaba de se tornar lei, em benefício dos artistas sorocabanos, ampliando o mercado cultural na cidade. “Sabíamos que havia a lei dos semáforos, mas não para espaços públicos, então começamos a construir o projeto, baseado em exemplos de outras cidades, onde sabíamos que já era permitido”, ressaltou.
Para Paulo Galindo, a lei é um passo importante para a categoria, pois reforça a garantia de livre expressão artística, prevista na Constituição. “Eu como artista de rua já fui proibido de realizar atividades em diversas situações, em Sorocaba e outros locais do país. Normalmente, o que motiva as proibições é o preconceito dos dirigentes. Tendo uma lei, que deixa claro que em Sorocaba não é uma atividade proibida, ajuda a nós artistas a nos garantirmos”, afirmou.
Pandemia - O artista falou ainda sobre o cenário cultural na cidade e o impacto da pandemia para a categoria, que precisou se reinventar para garantir o sustento. Junto com sua esposa, que também é artista, Galindo passou a produzir e vender pães no período. “A quantidade de artistas que deixaram para sempre a arte é gigantesca”, lamentou.
O vereador Cristiano Passos também ressaltou as dificuldades enfrentadas pelos artistas locais, amadores ou de rua durante a pandemia. “Para o artista famoso não fez diferença. Ele deixou de se apresentar nos palcos para milhares de pessoas e passou a se apresentar para um milhão nas redes sociais”, destacou. “Mas, e um artista que não estava acostumado com isso? A construção de um público nas redes sociais não é do dia para noite, é muito difícil”, completou.
Na entrevista, o artista abordou ainda a falta de políticas públicas, a suspensão da Linc, e a necessidade de se colocar em prática planos e legislações já vigentes, ressaltando os benefícios de se investir em cultura para a sociedade e para o mercado. Sobre a questão, o parlamentar se comprometeu em buscar junto ao Executivo novos incentivos para a categoria.
Entre as atividades culturais de artistas de rua beneficiadas pela Lei 12.384, estão o teatro, a dança individual ou em grupo, a capoeira, a mímica, as artes plásticas, o malabarismo ou outra atividade circense, a música, o folclore, a literatura e a poesia declamada ou em exposição física das obras. Transmitido ao vivo pela TV e Rádio Câmara, o programa Manhã Câmara, ficará disponível nas redes sociais do Legislativo.