Realizada na noite de segunda-feira, 28, com a participação de vereadores, a reunião teve como objeto a apresentação e prestação de contas do hospital
A implantação do Hospital do Câncer Divina Misericórdia na Santa Casa de Sorocaba, e a prestação de contas relativa a essa implantação por parte dos gestores da entidade, foram tema de reunião realizada no plenário da Câmara Municipal de Sorocaba, na noite de segunda-feira, 29, quando o presidente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, padre Flávio Jorge Miguel Júnior, apresentou os dados relativos à implantação do hospital. O vereador Fábio Simoa (Republicanos) presidiu os trabalhos e também participaram a vereadora Iara Bernardi (PT) e o vereador João Donizeti Silvestre (PSDB), que representou o presidente da Câmara Municipal, vereador Cláudio Sorocaba (PL).
A mesa dos trabalhos foi composta pelas seguintes autoridades: vereador Fábio Simoa (Republicanos), presidente da Comissão de Saúde, que comandou a reunião; deputada estadual Maria Lúcia Amary (PSDB); padre Flávio Jorge Miguel Júnior, presidente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia; o secretário de Saúde de Sorocaba, Cláudio Pompeu Chagas Dias; prefeito de Piedade, Geraldo Pinto de Camargo Filho; e o diretor executivo da Agência Metropolitana de Sorocaba, ex-vereador Anselmo Neto.
Os vereadores Hélio Brasileiro (MDB), Prof. Salatiel Hergesel (PDT), Fausto Peres (Podemos) e Fernando Dini (MDB) foram representados por assessores parlamentares. Também estiveram presentes: o presidente da Câmara Municipal de Salto de Pirapora, Clodoaldo Soares de Almeida; o secretário de Saúde de Salto de Pirapora, Beto Jordão, representando o prefeito Mateus Marum; o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Francisco Valério; e o presidente do Sindicato de Saúde, Milton Sanches, entre outros.
O vereador Fábio Simoa destacou algumas ações da Comissão de Saúde, elogiou o trabalho da Santa Casa e lembrou que os vereadores destinaram emendas para o hospital. A deputada estadual Maria Lúcia Amary destacou que o Padre Flávio é conhecido em todo o Estado como um grande gestor de saúde, que desenvolve um trabalho de humanização no atendimento da Santa Casa. O secretário de Saúde, Cláudio Pompeu, disse que objetivo da pasta é continuar a “parceria de sucesso” com a Santa Casa.
Alta complexidade – Em sua apresentação, o Padre Flávio explicou que “a Santa Casa continua Santa Casa”, e o Hospital do Câncer Divina Misericórdia nasce como um hospital regional, de alta complexidade, com recursos federais. A Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba está habilitada como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) desde abril de 2008. Em 2018, após dois anos de paralisação, o hospital voltou a atender pacientes de radioterapia, aumentando o número de procedimentos. Em 11 de fevereiro de 2020, foi inaugurada a Ala de Radioterapia com Acelerador Linear.
Segundo o gestor da Santa Casa, o hospital conta com mais de 30 médicos só na área oncológica (no hospital, são mais de 300 médicos), uma equipe multiprofissional especializada em oncologia e haverá a aquisição de novos aparelhos. O Hospital do Câncer Divina Misericórdia vai atender uma região que conta com cerca de 2,5 milhões de habitantes. Com base nesse contingente populacional, a estimativa é que, na região, ocorram cerca de 4.500 novos casos de câncer.
O hospital passou por construção e reforma e deverá contar com 33 leitos clínicos para oncologia, cerca de 20 litros cirúrgicos, 15 leitos para cuidados paliativos e 18 leitos para atendimento de intercorrência clínica. O Centro Cirúrgico terá ampliação de uma sala cirúrgica, sendo duas exclusivamente para procedimentos oncológicos, devendo passar de 400 para 800 cirurgias por ano. O atendimento no ambulatório médico deverá passar de 40 novas vagas/mês (primeira consulta médica) pela Rede Hebe Camargo para 130 vagas/mês e estão previstas a realização de 12.350 exames e diagnósticos por mês. O serviço de quimioterapia também será ampliado.
A equipe oncológica multiprofissional será formada por profissionais de assistência social, odontologia, nutricionista, terapia ocupacional, psicologia e fisioterapia. O Padre Flávio explicou que a Santa Casa Divina Misericórdia também trabalha com entidades parceiras, que apoiam os pacientes e seus familiares, como a ABOS (Associação Beneficente Oncológica de Sorocaba), Liga Sorocabana de Combate ao Câncer, Peregrinos do Cuidar e Asipeca (Associação de Socorro Imediato a Pacientes com Câncer). O padre destacou a importância do trabalho desenvolvido por essas instituições.
O gestor da Santa Casa prestou contas da implantação do Hospital do Câncer Divina Misericórdia, que conta com um aporte mensal de R$ 1,288 milhão do Governo do Estado. “Mas o valor mensal chega a R$ 2 milhões, pois temos também recursos federais”, explicou o padre, que, no final de sua apresentação, elencou o nome de cada um dos membros da equipe da Santa Casa.
Indagações dos vereadores – Respondendo a uma indagação da vereadora Iara Bernardi (PT), o padre explicou a diferença entre um hospital classificado como Unacon (Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia) e Cacon (Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia) e disse que a Santa Casa está trabalhando para também se credenciar como “Cacon”, o que lhe permitiria se transformar num hospital-escola. Segundo ele, esse processo está sendo desenvolvido com três instituições de ensino: Anhanguera, Uniso e São Leopoldo Mandic.
O vereador João Donizeti Silvestre (PSDB) observou que há uma grande demora para que os pacientes ingressem na Rede Hebe Camargo e quis saber se essa demora pode reduzir. O padre explicou que, além de um problema de custeio, havia uma questão de fluxo e que, com o aumento do atendimento na Santa Casa, alguns prazos se reduziram. Para ele, o atendimento oncológico tem de conjugar o esforço de todos, pois trata-se de uma rede, e também tem de haver planejamento. Outros participantes da reunião também fizeram indagações e apontamentos. A reunião foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e ficará disponível nas redes sociais da Casa.