A iniciativa foi do vereador Fábio Simoa (Republicanos), em parceria com a Associação Pró-Brasil 2050
Com o objetivo de discutir o projeto de construção da nova Rodoviária de Sorocaba, relacionado com a ocupação de vazios urbanos, integração de modais, facilidade de acesso, urbanismo e fomento à economia local, a Câmara Municipal realizou audiência pública na noite de terça-feira, 12, com a participação de diversas autoridades, representantes de entidades e munícipes. A iniciativa do evento foi do vereador Fábio Simoa (Republicanos), em parceria com a Associação Pró Brasil 2050 (APB50).
Além do vereador Fábio Simoa, que presidiu a audiência, a mesa dos trabalhos foi composta pelas seguintes autoridades: secretário de Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico, Carlos Eduardo Paschoini, representando o prefeito Rodrigo Manga; o ex-prefeito e presidente da Associação Pró-Brasil 2050, Antônio Carlos Pannunzio; e o presidente da Urbes, Sérgio Barreto. A vereadora Iara Bernardi (PT) também participou da audiência, assim como os secretários Darwin José Almeida Rosa (Serviços Públicos e Obras) e Paulo Henrique Marcelo (Planejamento), além do ex-vereador Izídio de Brito, representando o Sindicato dos Metalúrgicos.
Também participaram da audiência: Drica Martins, presidente regional da Cufa (Central Única das Favelas); Eduir Braz Pereira e Miguel Ângelo Martinez (ambos da Associação Amigos de Bairro de Santa Rosália); João Guarilha (Associação Comercial de Sorocaba); Társis Ramos (Associação Brasil 2050); José Edson de Oliveira e Tânia Regina Alves de Oliveira (Associação Cidadão em Ação e Fórum de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil); e os líderes comunitários Manuel Afonso e Frederico Afonso.
Projeto antigo – Fábio Simoa lembrou que o projeto de construção de uma nova rodoviária na cidade é antigo e, no atual governo, já surgiu a possibilidade de se construir a nova rodoviária no Bairro Santa Rosália, o que motivou uma audiência na Câmara e, devido à insatisfação dos moradores do bairro, o projeto foi modificado, escolhendo-se um novo local, na Rodovia Raposo Tavares, ao lado do novo Hospital Regional e da Arena Multiuso. O vereador lembrou que Sorocaba é sede de sua Região Metropolitana, com cerca de 2,5 milhões de habitantes, e precisa de investimentos em novos modais.
O secretario de Mobilidade, Carlos Eduardo Paschoini, enfatizou que o prefeito Rodrigo Manga tem o propósito de ouvir a população, inclusive em audiências públicas, enumerou os diversos problemas da Rodoviária, como a falta de baías para embarques e estacionamento, além do fato de a Rodoviária ser apenas 30% pertencente ao poder público. Paschoini disse que a construção da nova Rodoviária (cujo custo foi avaliado em cerca de R$ 45 milhões) foi analisada tecnicamente e acabou sendo escolhida a área no Km 106 da Rodovia Raposo Tavares, cujo acesso está sendo melhorado e contará com amplo estacionamento, passarela, miniterminal de ônibus, além de lojas. “Nosso objetivo é oferecer a melhor rodoviária que a população merece”, afirmou o secretário, observando que a obra deverá ficar pronta em um ano e meio. O presidente da Urbes, Sérgio Barreto, também elencou os problemas da atual Rodoviária e reiterou a disposição do prefeito Rodrigo Manga em dialogar com a população.
Questionamentos ao projeto – A vereadora Iara Bernardi (PT) questionou o Executivo, notadamente a Urbes, por não trazer para a audiência pública o projeto da nova rodoviária, que, no seu entender, não pode ser feito sem um planejamento técnico e, sim, de acordo com o Plano Diretor da cidade. “O prefeito apresentou o projeto de uma nova rodoviária que parecia um aeroporto e disse que foi doação de um arquiteto de São Paulo. E esse projeto cabe em qualquer terreno: no Santa Rosália, no Jardim Eldorado, na Raposo Tavares. Muito estranho esse método do prefeito Manga”, criticou. A vereadora alertou para os possíveis congestionamentos no local da nova Rodoviária e questionou o fato de a Prefeitura anunciar uma parceria com a iniciativa privada, mas ter que investir 45 milhões do reais do orçamento no projeto. “Se a iniciativa privada vai explorar a rodoviária, por que ela mesma não se encarrega de sua construção?”, indagou.
Vazios urbanos – O ex-prefeito Antonio Carlos Pannunzio, presidente da Associação Pró-Brasil 2050, fez uma apresentação sobre o tema e disse que a proposta da nova Rodoviária deve estar necessariamente ligada aos planos de desenvolvimento dos governos estadual e federal, pensando toda a Região Metropolitana de Sorocaba. O ex-prefeito discorreu sobre os vazios urbanos da cidade, enumerando os diversos problemas que geram, como moradores de rua, dependentes químicos, exploração sexual, proliferação de zoonoses e descarte indevido de resíduos. E elencou os quatro grandes vazios urbanos da cidade, observando que a região central de Sorocaba possui três áreas privadas e uma federal que são vazios urbanos, somando cerca de 1,6 milhão de metros quadrados.
Pannunzio discorreu sobre as referidas áreas desocupadas (que são as áreas da Ferroviária, Cianê, Gerdau e Campari), defendendo a ocupação desses vazios urbanos. O ex-prefeito apresentou estudos mostrando os custos de tempo e dinheiro no transporte público para a população de determinados bairros chegarem à Rodoviária, caso ela seja construída num local distante. “É preciso que a gente atente para esses detalhes. Não basta pensar só no terreno, mas num conjunto de fatores”, afirmou o ex-prefeito, que acredita que a Rodoviária na Raposo Tavares pode gerar um caos no trânsito. Enfatizando que a entidade que preside não tem nenhum interesse específico na construção da rodoviária neste ou naquele local, o ex-prefeito destacou que o importante é pensar numa rodoviária que atenda a cidade a longo prazo, por décadas.
Após as apresentações, o debate foi aberto para os demais participantes da audiência pública. No final, o vereador Fábio Simoa ressaltou a importância de se debater o tema com a população e enfatizou que o objetivo dessa discussão é promover o melhor para Sorocaba, pensando a longo prazo. Transmitida ao vivo pela TV Câmara (Canal 31.3; Canal 4 da NET; e Canal 9 da Vivo Fibra), a audiência pública está disponível no portal do Legislativo sorocabano e nas redes sociais da Casa.