O diretor da autarquia, Thiago Suckow, falou da receita da autarquia, cuja estimativa para 2023 é de R$ 323,7 milhões
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto apresentou suas metas e prioridades para o próximo ano, dando prosseguimento à primeira rodada de audiências públicas sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023. O diretor da autarquia, Thiago Suckow, juntamente com Calixto Junior Antonucci e Silva, diretor Administrativo e Financeiro da autarquia, apresentou os dados do Saae, cuja estimativa de receita para o próximo ano é de R$ 323,7 milhões.
Em relação ao exercício de 2022, a reestimativa de receita do Saae é de R$ 381 milhões. Para 2024, a estimativa é de R$ 327 milhões e para 2025, R$ 329,8 milhões. A receita de serviços prevista para 2022 é de R$ 366,6 milhões. Segundo o diretor do Saae, o ano de 2022 foi atípico devido à pandemia e à cobrança de débitos dos grandes devedores. Para os próximos anos, estão previstos alguns leilões, com a previsão de R$ 2 milhões neste ano e R$ 1,5 milhão nos anos seguintes.
A autarquia também apresentou indicadores sobre o sistema de saneamento básico. Segundo o Saae, o abastecimento de água no município alcançou 99,5% em 2020 e, em 2023, deve alcançar 99,6%. A coleta de esgoto era de 99,23% em 2020 e, para 2023, a estimativa é de 99,33%. Já o tratamento de esgoto deve passar de 97,5% em 2020 para 97,6% em 2023. As perdas no sistema de água, que compreendem as perdas físicas e as perdas de receita, eram de 36% em 2020 e está estimada em 33% em 2023. Para a modernização da gestão do Saae, estão previstos investimentos de R$ 268,7 milhões e para projetos de manutenção e ampliação do sistema de água estão previstos R$ 12 milhões e para a coleta de esgoto, outros R$ 10 milhões.
Entre as ações previstas pelo Saae, está o “polder” do Vitória Régia; construção de travessias; desassoreamento de RDC; interceptores de esgoto; travessia da Raposo Tavares; reforma e ampliação de Estação de Tratamento de Esgoto; Programa Redução de Perdas; melhorias na captação de Itupararanga e reforma das adutoras; além das demais ações contínuas inerentes as atividades da autarquia.
Esgoto clandestino - A vereadora Iara Bernardi questionou a acurácia dos dados sobre coleta e tratamento de esgoto da cidade, observando que há esgotos clandestinos sendo despejados nos mananciais e citou como exemplo a poluição do Córrego Itanguá, que é completamente poluído e atravessa toda a cidade. Respondendo aos questionamentos da vereadora, Thiago Suckow afirmou que a coleta de água evita apenas a poluição futura, mas uma vez que o rio já está poluído, a coleta não resolve esse problema.
O vereador Luis Santos (Republicanos) defendeu uma ação coordenada com a Secretaria de Habitação para que a fiscalização ocorra na origem do problema, concedendo-se o “habite-se” apenas depois da checagem na construção para saber se está sendo utilizada a rede pluvial como saída de esgoto. Por sua vez, o vereador João Donizeti Silvestre (PSDB) observou que Sorocaba construiu uma ampla rede de esgoto, mas o esgoto clandestino nas galerias de águas pluviais é um grande problema.
Em relação às perdas de águas, Thiago Suckow explicou que a perda se divide em perda de receita (motivada por ligações clandestinas e incorreção na medição dos hidrômetros) e perda física na distribuição. Em relação às perdas físicas de água, no sistema de distribuição, elas estão em torno de 17%, que, segundo ele, é um índice razoável. “O objetivo é reduzir as perdas ao máximo que conseguirmos”, enfatizou.
Qualidade da água - Respondendo a questionamentos do vereador Rodrigo do Treviso (União Brasil) sobre a qualidade da água da ETA Vitória Régia e as queixas sobre a qualidade da água em geral, cuja cor muda de um dia para outro, Thiago Suckow explicou que isso se deve, sobretudo, ao racionamento de água, que faz com que, no retorno da água, ela volte com uma coloração diferente. Como engenheiro sanitarista, ele disse que a qualidade da água é uma de suas maiores preocupações e, de três em três horas, monitora a qualidade da água do Vitória Régia, observando que, junto com químicos do Saae, tem ido à casa das pessoas que se queixam do cheiro da água. Segundo ele, o cheiro e sabor estão dentro dos índices recomendáveis e que isso é fundamental para a qualidade da água.
Respondendo a indagações do vereador Ítalo Moreira (PSC), o diretor do Saae disse que está em andamento um trabalho de mapeamento da rede coletora, inclusive para otimizar o trabalho de manutenção. Segundo ele, também há um Plano Diretor de Água e Esgoto, que, por meio de diagnóstico do sistema, também irá reduzir gastos com a manutenção, que não pode se limitar à limpeza, mas também identificar deficiências, como insuficiências do sistema.
Crescimento demográfico - Ítalo Moreira (PSC) observou que há regiões da cidade crescendo intensamente, com a construção de condomínios verticais, e quis saber sobre os investimentos da autarquia, observando que, na Avenida Eduardo Fru Fru, por exemplo, são feitas manutenções constantes na via, o que, no seu entender, significa que as manutenções precisam ser feitas de forma mais definitiva. O diretor do Saae reiterou que o objetivo do Saae é fazer um diagnóstico do sistema para otimizar esse trabalho de manutenção.
Durante a audiência pública também foi abordada pelos vereadores a questão dos roubos de hidrômetros e cavaletes. Segundo Thiago Suckow, chegam a 50 o número de hidrômetros roubados mensalmente. Segundo ele, dependendo do modo como é feito o furto, o prejuízo pode ser ainda maior, uma vez que pode depredar a própria tubulação.
Iara Bernardi externou sua preocupação com a represa de Itupararanga, que abastece a cidade, enfatizou que essa represa é o verdadeiro “reservatório de Sorocaba” e sua capacidade tem de ser levada em conta quando se fala em crescimento da cidade. A vereadora disse que o diretor do Saae está correto ao se preocupar com a capacidade de oferta de saneamento quando da aprovação de novos empreendimentos imobiliários na cidade. A vereadora também indagou sobre a privatização do saneamento, que deve voltar à pauta da Assembleia Legislativa de São Paulo, e Suckow disse que não vê nenhuma discussão sobre privatização do Saae.