O Movimento Julho Sem Plástico, as medidas visando ao redimensionamento do transporte público e a preocupação com o possível afrouxamento das medidas de fiscalização do meio ambiente no país, com reflexos em Sorocaba, foram algumas questões abordadas pelo vereador João Donizeti Silvestre (PSDB) em entrevista ao “Jornal da Câmara”, da Rádio Câmara, na manhã desta quinta-feira, 2, antes da sessão ordinária da Câmara Municipal. Na entrevista conduzida por Priscilla Radighieri e Lincoln Salazar, o vereador também falou sobre outras ações de seu mandato.
Presidente da Comissão de Meio Ambiente e de Proteção e Defesa dos Animais e integrante das Comissões de Justiça e de Economia, João Donizeti é autor do Projeto de Lei nº 283/2021, que institui no calendário oficial de Sorocaba o Movimento Julho Sem Plástico e está em tramitação na Câmara Municipal. Lembrando que o plástico é um derivado do petróleo e “um elemento que sintetiza o processo de modernização da sociedade humana”, o parlamentar lamenta os danos ambientais causado pelo material, que leva em média 400 anos para se decompor na natureza, e observa que sua proposta é uma tentativa de contribuir com a discussão do problema.
“Dano assustador” – “O plástico é um resíduo gerado em escala gigantesca, tanto industrial quanto doméstica, e sem uma destinação adequada, inclusive através da nossa produção doméstica, causa danos incomensuráveis ao meio ambiente. O Brasil, infelizmente, é o quarto maior consumidor de plástico do mundo, atrás dos Estados Unidos, da China e da Índia. Há inclusive um estudo científico alertando que, em 2050, haverá mais plástico do que espécies animais nos oceanos. É algo assustador. Além desse plástico visível, há o invisível, presente em produtos que consumimos”, afirma o vereador, enfatizando a importância da educação ambiental.
João Donizeti também falou da ocorrência de mau cheiro na região do Éden, provavelmente provocado, segundo ele, por resíduos industriais descartados de modo indevido. “Está havendo no país um afrouxamento da fiscalização das medidas de proteção ao meio ambiente e isso se reflete na conduta das indústrias. Provavelmente, uma ou mais indústrias estão soltando gases sem o devido filtro, por isso o mau cheiro, especialmente a partir do final da tarde, tanto no Éden quanto no Cajuru, em Aparecidinha, na região da Castelinho”, conta, enfatizando que já está comunicando o fato à Cetesb (Companhia Ambiente do Estado de São Paulo) e à Secretaria do Meio Ambiente.
Transporte público – João Donizeti também discorreu sobre a Área de Transferência do transporte público implantada na região do Éden. “Esse é um novo modelo que está sendo adotado pela Urbes no transporte público especialmente das regiões periféricas e nos grandes núcleos habitacionais. Trata-se de um redimensionando do transporte, como política pública de Estado, adotado em outros países, como a Alemanha”, afirmou o vereador, explicando que bairros como o Éden se tornam uma espécie de capital regional, com outros bairros em volta, e isso exige as áreas de transferência, já implantada em Aparecidinha, Cajuru e Brigadeiro Tobias.
Por fim, João Donizeti discorreu sobre o conjunto das leis orçamentárias que passam por discussão e aprovação no Legislativo – o Plano Plurianual (votado para um período de quatro anos); a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), aprovada em primeira discussão na sessão desta quinta-feira, logo após a entrevista do vereador; e a LOA (Lei Orçamentária Anual), a ser votada e aprovada no final do segundo semestre. “A LDO trata das diretrizes orçamentárias, ou seja, se o orçamento fosse um prédio, a LDO seria as colunas que dão sustentação à obra, enquanto a LOA detalha os apartamentos, os cômodos e cada uma das partes do prédio”, explicou, destacando também a questão da saúde e defendendo a implantação de um hospital para os pacientes de câncer em Sorocaba.