24/06/2022 13h04
atualizado em: 24/06/2022 13h10
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Além do convidado Nelson Malzoni, o programa contou com o presidente da Câmara, Cláudio Sorocaba (PL), que falou sobre o Dia D de doação de sangue

O escritor e advogado Nelson Malzoni, autor de 35 livros e 2,5 mil poemas, além de desenvolver outros 38 projetos literários, foi o entrevistado do programa “Manhã Câmara”, da Rádio Câmara, na manhã desta sexta-feira, 24. Leitor inveterado, que contabiliza a leitura de mais de 3 mil livros, Malzoni, com 39 anos, Malzoni enfatizou a importância da leitura na formação do indivíduo e discorreu sobre a transformação que os livros proporcionaram em sua vida.

No início do programa, o presidente da Câmara Municipal, Cláudio Sorocaba (PL), participou ao vivo diretamente do Hemonúcleo de Sorocaba, onde se desenvolve o “Dia D de Doação de Sangue” por parte dos vereadores e servidores da Câmara Municipal. “Quero parabenizar a todos os funcionários da Casa, por essa iniciativa, por esse ato de doação, que é muito importante para salvar vidas, especialmente depois dos momentos difíceis por que passamos com a pandemia. Nessa época do ano, muitas pessoas vão viajar e, com isso, deixam de doar sangue. Então, a iniciativa dos servidores da Câmara vai contribuir com mais doações”, afirmou o presidente do Legislativo sorocabano na entrevista à Priscilla Radighieri.

Cultivo da leitura – Após a fala do presidente do Legislativo diretamente do Hemonúcleo de Sorocaba, o “Manhã Câmara”, sob o comando de Marcelo Araújo, deu continuidade à entrevista com Nelson Malzoni, que falou das dificuldades que vivenciou na infância e do refúgio representado pela leitura, sob o incentivo de sua mãe. “Passamos por muitas privações, com a separação dos meus pais, quando eu tinha oito anos. Minha mãe ficou sozinha, cuidando de três filhos com um salário mínimo. Mesmo assim, ela incentivou todos nós a estudar. E, como uma grande leitora, mesmo tendo estudado só até a 4ª série, ela também incutiu esse hábito nos filhos, desde que éramos pequenos. Ela mantinha uma maleta embaixo da cama, cheia de livros. Era o nosso tesouro”, contou Malzoni, observando que, como não tinham condições de comprar livros, acabavam ganhando livros de pessoas que sabiam desse gosto da família pela leitura.

“A biblioteca sempre foi para mim um lugar quase sagrado. Só de ver os livros já me sinto em paz”, afirma, ressaltando que conhecida praticamente todos os livros da Biblioteca Municipal de Sorocaba. Leitor de biografias, conta que muito se inspirou com a biografia de Abraham Lincoln (1809-1865), que foi presidente dos Estados Unidos. “Também me inspirei em outros grandes líderes da história, que passaram por dificuldades, mas conseguiram transpor os obstáculos através da cultura. Essa foi a meta minha e das minhas irmãs. Tenho uma irmã que só tirou nota 10 ao longo de sua vida escolar”, conta.

Mundo da cultura – Citando Fernando Pessoa, com quem diz que carrega em si todos os sonhos do mundo, Nelson Malzoni afirma que “o mundo da cultura é uma luta solitária, que poucas pessoas abraçam”. Mas diz que não para de sonhar e antecipou seus novos projetos: “Acredito já ter lido os principais livros sobre a história de Sorocaba, desde autores consagrados até autores novos, e planejo, agora, escrever um novo livro sobre a história da cidade, explorando questão novas” – afirma Nelson Malzoni, que também tem planos de escrever a história da Câmara Municipal de Sorocaba e da Faculdade de Direito de Sorocaba.

Nelson Malzoni contou que, quando estudou na Fadi, interessou-se por setores praticamente desconhecidos da biblioteca da faculdade, na qual conheceu os livros que pertenceram ao jurista Hélio Rosa Baldy, fundador da instituição, muitos deles em alemão, francês, italiano, latim e inglês. “Procurei aprender outros idiomas e li muitos desses livros, em francês, italiano, espanhol e inglês, além da obra completa de Rui Barbosa”, conta. Nelson Malzoni também falou sobre seus livros de poemas e sobre seus livros que buscar incentivar as pessoas a gostar de ler, entre eles, um livro em que analisa obras que considera essenciais. Malzoni falou, ainda, de seus livros sobre questões jurídicas, entre eles, o “Manual de Direito Médico: Teoria e Prática”, que, segundo ele, tem tido boa aceitação. Por fim, Marcelo Araújo leu um poema de Nelson Malzoni, como forma de encerrar a entrevista.