Audiência pública discute soluções para enchentes no Parque das Águas

A Câmara Municipal de Sorocaba realizou, por iniciativa do vereador Ítalo Moreira (União), audiência pública para debater soluções estruturais e sustentáveis para o controle das enchentes no Parque das Águas. O evento contou com a presença de moradores, lideranças comunitárias e representantes do Poder Público.

A mesa principal foi composta pelo vereador proponente; pelo diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Glauco Fogaça; pela presidente da Associação de Moradores do Parque das Águas, Cristina Elias; e pela advogada da associação, Juliana Eiko Tangi. O vereador Toninho Corredor (Agir) também participou do debate, assim como representantes das secretarias de Serviços Públicos e Meio Ambiente e membros do Rotaract Fênix.

Ítalo Moreira destacou a importância do debate e mencionou que a audiência foi convocada para dar continuidade às discussões já realizadas no ano passado. Ele informou que houve avanços significativos desde então, com a aprovação de um financiamento de 66 milhões de dólares, dos quais 56 milhões serão destinados à infraestrutura e sistemas de drenagem, enquanto os outros 10 milhões serão investidos na criação de áreas de permeabilidade e proteção ambiental.

O vereador ressaltou a experiência positiva da cidade de Jundiaí, que há mais de uma década não enfrenta alagamentos significativos em seu perímetro urbano. Ele alertou sobre o agravamento dos problemas de enchentes em Sorocaba devido às mudanças climáticas e reforçou a necessidade de investimentos em drenagem, reservatórios e obras estruturais para beneficiar bairros como Maria do Carmo, Parque das Águas, Vitória Régia, Parque dos Espanhóis e o próprio Centro.

O vereador Toninho Corredor também se manifestou durante a audiência, enfatizando a necessidade de um desassoreamento contínuo do Rio Sorocaba, não apenas em períodos próximos às chuvas, mas de forma permanente ao longo de todo o seu percurso. Ele destacou que, ao correr pela região, observa acúmulos de terra e areia em pontos como a Ponte Dom José Melhado, que dificultam o fluxo da água e comprometem o ecossistema local.

Segundo Toninho Corredor, a retirada desses sedimentos precisa ser feita com regularidade para evitar que sejam carregados novamente para o leito do rio durante as chuvas. Ele sugeriu a instalação permanente de equipamentos como dragas e a intensificação da manutenção das margens e piscinões, especialmente na região do Abaeté. 

Soluções propostas – Durante a audiência, foram mencionados os efeitos do excesso de chuvas em 2023, que resultaram em alagamentos severos e prejuízos para moradores e comerciantes. Entre as soluções discutidas, foram apresentadas propostas de melhoria na drenagem urbana, ampliação de reservatórios de água e adoção de pisos drenantes para reduzir o escoamento superficial. Foi apresentada a possibilidade de transformar o Parque das Águas em um "parque esponja", inspirado em modelos de cidades como Xangai, que utilizam infraestrutura verde para mitigar enchentes.

Os participantes também debateram as obras já realizadas na região, incluindo a elevação dos diques e a instalação de bombas de drenagem. Moradores questionaram a eficácia dessas medidas e sugeriram novos estudos para determinar se o alteamento dos diques seria suficiente para conter futuras enchentes. A possibilidade de desapropriação de uma área no Jardim Maria do Carmo para ampliação das estruturas de contenção também foi debatida.

Por fim, foram citadas soluções tecnológicas para dirimir o problema. Entre as ideias apresentadas estão a criação de um aplicativo de alerta para moradores das áreas de risco, informando em tempo real sobre a possibilidade de transbordamento do Rio Sorocaba, e a implantação de totem com aviso sonoro ou alarme de enchentes. 

A audiência pública foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e pelas redes sociais do Legislativo (Facebook e YouTube), onde está disponível na íntegra.