04/09/2025 15h31
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Vereador Fábio Simoa (Republicanos) e convidados falaram sobre a campanha de prevenção ao suicídio na Rádio Câmara.

O programa “Comissões em Debate”, realizado na tarde desta quinta-feira, 4, pela rádio Câmara Sorocaba, debateu a campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, com a participação do vereador Fábio Simoa (Republicanos), presidente da Comissão de Saúde do Legislativo; José Luiz Húngaro, diretor do CVV (Centro de Valorização da Vida); a psicóloga Dra. Daiane Santos; e a secretaria Rosangela Perecini, da Semul (Secretaria da Mulher).

“É um importante tema para se discutir e trazer a visibilidade dos transtornos mentais, doenças silenciosas que podem fazer a pessoa tirar a própria vida. Estamos no Setembro Amarelo e essa discussão tem que ser constante”, disse Fábio Simoa. Daiane Santos lembrou que a campanha teve início nos Estados Unidos, com uma ocorrência de um jovem de 17 anos, que tirou a vida em um carro amarelo, e fez os pais se mobilizarem para divulgar a importância das pessoas buscarem ajuda quando sofrem de algum distúrbio emocional e mental, que muitas vezes passa despercebido.

Segundo a psicóloga, são fatores múltiplos que influenciam a pessoa a querer tirar a própria vida, podendo ser relativos a trabalho, perdas, términos de relacionamentos entre outras situações. “Associados a fatores psicológicos, como depressão, ansiedade, isso pode acontecer. Todos nós já tivemos em algum momento o pensamento de morte, mas quando isso se torna frequente, passa a ser um problema”, destacou. Ela informou que no Brasil, a cada ano, 14 mil pessoas tiram a própria vida, enquanto no mundo todo são 800 mil, e que é importante ouvir quem sofre e indicar ajuda especializada. “O sofrimento é subjetivo, cada um sofre de uma forma”, disse.

Daiane explicou que estudos apontam que as faixas etárias de maior propensão ao suicídio são dos 15 aos 29 anos e idosos de 50 a 70 anos, na maioria homens, devido a doenças crônicas e agudas. Ela lembrou que é preciso que as pessoas tenham a visão de que precisam de ajuda para lidar com o sofrimento e colocar em prática a busca por orientação especializada. Segundo ela, atualmente existem sites de serviço profissional online, com atendimento social, e informações disponíveis para alcançar quem precisa de ajuda.

Rosangela Perecini comentou que para os homens acima dos 29 anos a questão financeira também influencia na questão de suicídio, por se sentirem provedores da família. A psicóloga confirmou e disse que há maior incidência de suicídios em famílias mais pobres. A secretaria da Mulher informou que a pasta tem realizado ações voltadas a saúde mental, como o Dia da Beleza, com objetivo de valorizar a autoestima das mulheres, além de outras iniciativas que abrangem toda a família.

José Luiz Húngaro contou que o CVV completou 40 anos em Sorocaba, com média de 200 atendimentos por dia, pelo telefone 188, chat ou e-mail. “Isso mostra que as pessoas querem conversar, precisam conversar, e encontram no CVV um ambiente para conversar”, afirmou. Segundo ele, o slogam da entidade para o Setembro Amarelo é “Conversar pode salvar vidas”. Ele disse que o CVV acolhe e respeita a dor do outro. “A gente se dispõe a oferecer isso 24 horas por dia, sete dias por semana, o ano todo”, disse. O diretor do CVV contou que a entidade sempre precisa de mais voluntários, que hoje são 94, pois a demanda é crescente e a necessidade de atenção para quem procura deve ser imediata.

No programa, também forma apresentadas informações sobre grupo de apoio para sobreviventes de suicídio, criado pelo CVV, que envolve quem tentou e as pessoas que sofreram com entes queridos que tiraram a própria vida. “É para trocarem experiência sobre como superar e conviver com a dor”, disse Húngaro. As informações são disponibilizadas pelo telefone (15) 98135-5000. Também foram discutidos outros temas, as situações que mais chegam ao CVV e novas tendências que afetam a saúde mental das pessoas, como jogos de apostas. Fábio Simoa contou que apresentou, inclusive, um projeto de lei sobre jogos de azar em Sorocaba.”A ludopatia é muito pouco divulgada, mas tem até um CID (número de identificação de doença. Esse projeto vem de encontro a isso, com uma campanha permanente de conscientização sobre os malefícios dos jogos de azar”, disse.

O programa “Comissões em Debate” pode ser conferido na integra durante a programação da TV Câmara Sorocaba e pelas redes sociais do Legislativo (YouTube e Facebook).